
Requerimento de Declaração de Elegibilidade (RDE): o que muda para pré-candidatos de 2026 com essa nova ferramenta
- Arthur Guerra
- 21 de nov.
- 4 min de leitura
Arthur Guerra
Advogado e professor
O ciclo eleitoral de 2026 começou antes do que muita gente imagina... A grande novidade é o Requerimento de Declaração de Elegibilidade (RDE), introduzido pela Lei Complementar 219/2025, que mudou silenciosamente – mas profundamente – a forma como pré-candidatos e partidos podem planejar suas chapas.
Para quem pretende disputar a eleição, o RDE não é apenas uma inovação. É um diferencial estratégico. Ele permite resolver problemas antes da fase de registro e transforma incerteza jurídica em previsibilidade política.
A seguir, você encontra um guia completo, técnico e acessível, pensado especialmente para pré-candidatos, mandatários que buscam reeleição e partidos que desejam montar chapas competitivas para 2026.
O que é o Requerimento de Declaração de Elegibilidade (RDE)
O RDE é um pedido formal direcionado à Justiça Eleitoral para que ela verifique, antes da campanha, se o pré-candidato está apto a concorrer. A medida pode ser usada:
pelo próprio pré-candidato que tenha dúvida razoável sobre sua elegibilidade
pelo partido político, caso a situação de algum nome gere insegurança jurídica
O pedido pode ser feito a qualquer tempo, e terá um rito simples: após o protocolo, qualquer partido pode impugnar a solicitação em até 5 dias.
Essa análise prévia funciona como um check-up jurídico da candidatura, identificando com antecedência se há algum fator capaz de impedir o registro ou gerar impugnações durante a campanha.
Por que o RDE muda o jogo para 2026
1. Reduz drasticamente candidaturas sub judice
O grande problema das eleições recentes foi o número de candidatos que concorreram com a situação indefinida. Isso prejudica o eleitor, distorce a disputa e cria riscos reais para os partidos.
Com o RDE, situações como rejeição de contas, condenações, perda de prazos de desincompatibilização e dúvidas sobre filiação podem ser resolvidas meses antes da eleição.
Para o eleitor, significa voto seguro.
Para o pré-candidato, significa campanha mais estável.
Para o partido, evitar anulações de votos e perda de cadeiras.
2. Planejamento estratégico das chapas
O RDE oferece aos partidos algo essencial: tempo. E tempo é dinheiro!
Se o nome principal tem algum risco de inelegibilidade, o partido não precisa esperar agosto para descobrir. É possível verificar agora, ajustar a chapa, buscar substitutos ou reforçar o time com segurança.
Isso evita improvisos, candidaturas de última hora e contestações que paralisam campanhas.
3. Alívio para a Justiça Eleitoral
O RDE também é útil para quem julga. Ao invés de concentrar milhares de pedidos de registro em poucas semanas, a Justiça Eleitoral poderá distribuir a análise ao longo do ano.
Decisões mais qualificadas, com menos atropelos e mais previsibilidade para todos.
Como funciona a análise da elegibilidade
A Justiça Eleitoral verificará se o pré-candidato atende às condições constitucionais e legais de elegibilidade:
nacionalidade brasileira
pleno exercício dos direitos políticos
alistamento eleitoral regular
domicílio eleitoral na circunscrição
filiação partidária
idade mínima
E, além disso, se não incide em nenhuma hipótese de inelegibilidade, especialmente, aquelas da Lei da Ficha Limpa, como:
condenações por órgão colegiado
rejeição de contas por irregularidades insanáveis
abuso de poder reconhecido em decisão judicial
cassação de mandato
fraude, corrupção eleitoral e uso indevido dos meios de comunicação
O RDE permite trazer essas dúvidas ao chão antes da campanha começar.
Para quem o RDE é especialmente útil nas eleições de 2026
Pré-candidatos que tiveram contas de governo (gestão) ou convênios rejeitadas, mas acreditam haver dúvida razoável;
Pré-candidatos à reeleição que respondem a ações ainda não julgadas definitivamente;
Quem já sofreu ações de improbidade, mesmo após a reforma da lei;
Servidores públicos que temem falhas na desincompatibilização;
Pré-candidatos jovens que precisam confirmar idade mínima;
Dirigentes partidários que buscam montar chapas sem surpresas jurídicas;
Para todos esses casos, o RDE funciona como uma luz acesa antes da largada.
O RDE cria vantagem competitiva para 2026
O pré-candidato que faz o dever de casa agora chega mais forte, mais seguro e mais preparado.
E mais do que isso: mostra responsabilidade com o eleitorado e com o próprio partido.
A disputa eleitoral de 2026 será marcada por um ambiente de maior controle, maior fiscalização e maior pressão sobre a regularidade das candidaturas. Quem negligenciar isso tende a descobrir problemas tarde demais…
Conclusão: o RDE é o seu passaporte jurídico para a eleição de 2026
O Requerimento de Declaração de Elegibilidade inaugura uma nova fase do processo eleitoral: mais transparente, mais organizada e mais estratégica.
Para quem deseja disputar com seriedade, é um instrumento indispensável.
Para os partidos, é uma ferramenta de gestão eleitoral.
Para a Justiça Eleitoral, é um mecanismo de eficiência.
E para você, pré-candidato, é a oportunidade de começar sua campanha com segurança jurídica total.
Se você tem dúvidas sobre sua elegibilidade, histórico, documentos, desincompatibilização ou algum risco específico no seu caso, o momento ideal para revisar tudo é agora.
Uma análise pelos técnica evita surpresas, previne impugnações e garante tranquilidade na disputa.
Se desejar avaliar sua situação com precisão e construir uma estratégia jurídica sólida até o registro de candidatura, informe-se com seu advogado especialista em Direito Eleitoral e poupe tempo e dinheiro.
Arthur Guerra é advogado e professor, especialista em Direito eleitoral, em direito constitucional, em Direito municipal, mestre em Direito constitucional, doutor em Direito público, pós-doutor em direito público e democracia





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